segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Seis pares de sapato... e "o" par de tênis

Ontem eu fui passear na serra com o marido. Fomos testar o carro novo na estrada e tomar um café colonial em Gramado. Na volta paramos na loja da Piccadilly, em Igrejinha onde eu chutei o balde por conta de uma promoção que havia na loja: a cada três pares de sapato Piccadilly e a gente ganhava outros três! Graças à paciência do meu marido, saímos de lá com 8 pares de sapato (seis para mim, por conta da promoção e mais dois pra ele).

Vocês podem imaginar minha alegria feminina, não? Seis pares de sapato em uma tacada só. E o melhor, sem apertar o meu orçamento. Vou dizer pra vocês: eu gastei R$ 430,00 em sapatos ontem. E sem peso nenhum na consciência...

Daí da alegria para a melancolia foi um passo. Eu comprei seis pares de sapato. E hoje, graças à Deus e ao meu trabalho eu posso fazer isso de vez em quando. Mas me  lembrei de uma época em que os recursos eram mais escassos e eu tinha um único tênis "para sair" e fiquei pensando: "Nossa, hoje eu comprei seis pares de sapato, e ouve uma época da minha vida que o que eu tinha não era "um" tênis mas "o" tênis..." E claro, com os hormônios ouriçados por conta da gravidez e "essa mania de lembrar de tudo feito um gravador" eu comecei a chorar.

Voltei pro presente e pensei no filhote que estou trazendo na barriga, o Bruno. Pensei que, se as condições continuarem colaborando, o Bruno não vai ter somente um tênis pra ir pro colégio e nem apenas um casaco ou uma calça "boa". Mas ele vai saber sempre, exatamente, de onde os paizinhos dele vieram. Eu vou fazer questão de contar e explicar que a mamãe dele fazia bicos para ajudar a pagar o curso de inglês, que o papai dava aula de informática quando estava cursando o segundo grau, que o nosso primeiro carro foi um fusquinha caindo aos pedaços (ahh Bochechudo...). Ele vai saber sempre de onde ele veio.

Acho que nunca vou conseguir não me emocionar quando penso nessas coisas. E eu vou continuar comprando meus infinitos pares de sapatos, sempre que possível, claro. Sem nunca deixar de lembrar daquele par de tênis único. E de como é importante saber dar valor para as coisas.