sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Árvore de Natal

Quando eu era criança uma das coisas mais legais no pacotão natalino era montar a árvore de natal. Daí você pensa: a gente pegava um pinheiro lindão, enchia de luzinhas e enfeites combinantes e ficava lindo! Errou (exceto pelo fato de que ficava lindo).

Uma das imagens que eu tenho de "vamos montar a árvore de natal" é a do meu pai saindo de casa de bermuda, camiseta (ou sem, se estivesse muito calor) e um facão apoiado no ombro. Eu pensava: "Oba!! O pai vai buscar a árvore de natal!!". Uma ou duas horas depois ele voltava com um pedaço de árvore de arrasto. Colocava na frente de casa e ali ficava secando no sol por um dia ou dois. Depois a mãe, o Jean e eu íamos com toda a paciência tirar folhinha por folhinha seca e deixar aquele pedaço de árvore só com os galhos.

Aí a gente pegava um balde, enchia de brita e "plantava" aquele galho seco. Forrava o balde com papel de presente, colocava em cima de uma mesinha ou no chão mesmo (geralmente nossas árvores de natal eram bem grandes) e decorava como uma árvore de natal. O pai geralmente colocava as luzinhas, que eram as coisas mais sensíveis, e gente enfeitava o resto. Colocávamos bolinhas de todas as cores, penduricalhos, às vezes pegávamos barba de pau das árvores para ajudar. Eu achava estranho que tínhamos geralmente uma bolinha de cada tipo, e não várias bolinhas vermelhas do mesmo tamanho, ou várias bolinhas douradas iguais como as que eu via nas árvores de natal na televisão. Só hoje, muitos anos depois, eu me dei conta que um dia deve ter havido um conjunto de bolinhas vermelhas ou douradas, mas a cada ano em que montávamos e guardávamos os enfeites eram inevitáveis os acidentes. E então eu entendi que eles quebravam porque a gente usava. Minhas mãos de criança apertaram uma vez uma bolinha até estourar. O meu irmão deve ter derrubado um ou outro enfeite também. E os que restaram foram seguindo os anos com a energia que só um objeto que presenciou tudo isso pode ter. E no fim das contas, em 26 anos de vida eu não me lembro de árvores mais bonitas do aquelas que a gente montava assim. E não tenho melhores lembranças de Natal do dessa época.

Tudo isso eu pensei enquanto estava montando a nossa árvore de natal desse ano (o segundo que temos o Rodrigo e eu a chance de montar). Pensei que daqui há algum tempo eu não vou ter um conjunto de 6 bolinhas bonitinhas e iguais para enfeitar a árvore. Algumas vão quebrar, outras vão se perder. Daqui a alguns anos vamos ter uma Jamilinha ou Cabidinho para nos ajudar e inevitavelmente ele ou ela vai quebrar enfeites da mesma maneira que eu quebrava quando criança. Nossos enfeites de natal vão ser ítens tão especiais e cheios de boas energias quanto os enfeites dos meus pais.

Ops, me distraí e acabei de pisando numa estrelinha! Acho que a história dos nossos natais acaba de começar :-)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um post sobre trabalhos manuais

Eu adoro trabalhos manuais. Tricô, fuxico, bordado e principalmente dizer cheia de moral quando alguém elogia algo que estou usando:Gostou? Eu que fiz :-)

Mas de todos o que eu mais gosto de fazer é tricô. Quando eu era criança minha mãe tinha uma máquina de tricô e vestia a família inteira. Blusões, blusas, meias, calças e tudo o mais que ela conseguisse fazer. Acho que é por isso que hoje eu tenho uma certa resistência a comprar peças de lã. Ainda mais cachecóis. É tão fácil de fazer!

Então em homenagem a uma amiga aqui do trabalho, a Ana Carolina que vive perguntando porque eu não coloco essas coisinhas legais no meu blog, estou postanto fotos das peças que fiz e mais gostei (e por consequência, mais uso).

Esse foi o primeiro que eu fiz até o final, quando recomecei a fazer tricô. É com um ponto muito legal, que desmancha! Tricota-se cerca de 60 cm e depois arremata de um jeito diferente, vai desmanchando e fica esse baita cachecol. Fiz ele com 100gr de lã :-)

Esse cachecol amarelo eu fiz há uns 3, 4 anos acho. Eu não me lembro exatamente como fiz, só que fui fazendo umas laçadas loucas e cheguei a isso :-) Fiz a touca pra combinar também.

Daí ano passado eu inventei que queria aprender ponto cruz. Fiz um curso? Claro que não! Comprei umas revistinhas, umas toalinhas e fui pro YouTube procurar uns vídeos que ensinassem. Revistas de ponto cruz são tão fofas! E aí como estava pra casar com o Rodrigo, bordei nossas iniciais nessa toalhinha. Ficou bonitinho, não? Ainda mais quando feito com amor!
Devia ter bordado G &
G de Gatinho e Gatinha :-)
Depois, como ainda estava calor e as flores e fuxicos estavam na moda, quis aprender a fazer fuxicos! Claro que eu aprendi nas revistas e com a ajuda da internet (ainda vou fazer alguns agora que a primavera está aí e aprender a montar uns colares). Fiz alguns broches e tic-tacs. Um monte deles eu dei de presente antes de fotografar. Quando fui pra San Francisco, em maio, tinha umas indianas com que eu trabalhava que adoraram meus fuxicos. Dei o que tinha sobrando de presente pra uma delas e depois mandei alguns pra outra. Ela adorou :-)
Esse são os fuxicos que me sobraram, um monte deles eu acabei dando de presente. E de "brinde" ali está uma almofadinha para alfinetes que eu fiz também
E com o frio do meio do ano voltei ao tricô. Fiz um cachecol preto (eu não tinha um, dá pra acreditar?), um azul de lã mesclada e também um com uma lã de rendinha, branca, que ficou coisa mais querida.

As últimas criações são duas estolas de tricô. Fiz uma preta, para usar num casamento no mês passado. Essa eu realmente gostei! E o melhor, eu gastei R$24,00 com o material (dois novelos de lã) e uma semana para fazer, o ponto é muito fácil (só tricô, ida e volta).

 E depois fiz uma prata, que usei num casamento em Vacaria. Mesma receita, mesmos pontos. Ah, por favor, não reparem na blusa não-combinante por baixo das estolas... Acreditem com vestido de festa elas ficam lindas!

Ah, eu já fiz uns sapatinhos de bebê também! Mas foi pra dar de presente, e foi há um tempão, eu provavelmente não tenho foto em lugar nenhum pra postar.
Agora, como está muito quente, estou fazendo uns bordadinhos em ponto cruz (e também porque a querida da Ana Carolina me de um monte de revistas de ponto cruz, então fiquei mega inspirada).
 

Pensando bem, acho que eu sou realmente prendada :-P

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Isso não está acontecendo...

Sábado foi a comemoração do aniversário da minha mãezinha. Todo mundo que já presenciou as festas da minha família sabe que elas só tem hora para começar. Estava muito bom. Comida maravilhosa (estrogonofe feito pelo meu paizão), amigos queridos e cantoria no videokê. Chegamos em casa e fomos dormir às 4:30 da manhã. Mas tudo bem, afinal de contas, o outro dia seria domingo. A gente ia poder descansar até não aguentar mais, dormir até tarde... Eu estava preparada para fazer uma única refeição, acordar bem tarde e fazer direto a janta.

Mas não.

Acordamos às 9:32 da manhã (eu me lembro de ter olhado bem no relógio).

E aí você me diz, caro leitor: ahá, o telefone tocou e vocês acordaram! Não. O interfone tocou e vocês acordaram! Não. Um cachorro latiu e vocês acordaram! Não. A coisa mais improvável, mais impossível e mais insana que você pode imaginar. Uma missa.

Mas como assim? Missas acontecem dentro de igrejas, não? Sim. Missas acontecem dentro de igrejas. Menos aquela. Maldita missa móvel, levando a benção aos fiéis que decidiram não levantar cedo e ir a igreja. E usando uma P#%%@ de um carro de som ainda por cima. Não dá pra acreditar. E ainda por cima, se ficasse a manhã inteira embaixo da nossa janela, "tudo bem". Mas não, ficou somente o tempo necessário para nos acordar no "melhor" dos humores para um domingo.

E eu me pergunto: Deus não gosta que eu me divirta? Olho para o que fiz no fim de semana e penso: mas eu estava no aniversário da minha mãe! Não bebi, não fumei, não cheirei, não estraguei meu corpo nem minha mente (talvez tenha estragado os tímpanos dos convidados quando estava cantando no videokê, mas isso não deve ser pecado). Comemorei, ri e brinquei da forma mais saudável que um cristão conseguiria aproveitar uma festa. E não mereço dormir e descansar no dia seguinte? Ok, isso tudo considerando que eu sou uma boa cristã que frequenta a missa (pra algumas igrejas basta frequentar a missa para ser um).

Mas e se eu não tiver religião? E se for umbanda, espírita, evangélica? Eu tenho que ser acordada na janela da minha casa? Onde está o diabo do livre arbítrio? Eu ESCOLHI não acordar cedo naquela manhã. Eu ESCOLHI não ir à igreja naquela manhã (e em muitas outras, hehe). Eu ESCOLHI dormir naquela manhã. E se eu escolher não ter fé em nada o problema é TOTALMENTE MEU. E eu NUNCA irei a uma igreja que não tem respeito pelas pessoas. Que não pensa que as pessoas que trabalham a semana inteira e só tem sábado e domingo para descansar não querem ser acordadas no domingo às 9:32 da manhã. E que mesmo as pessoas que não fazem nada durante a semana e saem pra uma noitada no dia anterior não querem ser acordadas no domingo às 9:32 da manhã.

A grande conclusão é que o problema não é Deus. O problema são as pessoas, que utilizam do pretexto "Deus" para ser inconvenientes, chatas, babacas e completamente sem noção. E agora estou aqui, podre, cansada e com o sono totalmente atrasado.

Da próxima vez eu juro que grito uns impropérios da sacada.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A troca

Muita gente se surpreende com as escolhas profissionais que eu fiz há alguns meses. Pra você que não me conhece ou que conhece e pensa "Eu não acredito que ela fez isso!" eu explico:

No começo do ano, eu estava trabalhando na Trace. Depois de cerca de um ano e meio trabalhando lá, e já sentindo há alguns meses uma enorme vontade de mudar, fui atrás de novas oportunidades. Surgiu a TW. O sonho de empresa. Métodos ágeis, projetos dinâmicos, e a chance de melhorar ainda mais o meu inglês (acreditem ou não a possibilidade de viajar nem era o maior dos benefícios pra mim). Depois de duas semanas em processo seletivo (gente, eu fiquei no feriado do carnaval implementando o desafio de programação...), mil entrevistas (técnicas, de valores pessoais, e até uma por telefone com um fodão lá de San Francisco) e uma proposta de salário que não era das mais interessantes eu comecei a trabalhar na ThoughtWorks.

Nesse meio tempo eu fiz o concurso pra Procergs. Eu nem estava a fim de fazer a prova... Saí de casa naquele domingo de manhã cedinho e fui caminhando pela Érico até o colégio Protásio Alves. Juro que eu não estudei. Estava de aviso prévio na Trace e prestes a começar na TW e afinal de contas, quem ia querer sair da TW? O pessoal se matando pra entrar na empresa e eu com eles só me esperando... Mas pensei na inscrição do concurso que tinha sido cara, e incentivada pelo Gatinho lá fui mostrar o que sabia. E quando as coisas tem de ser, elas são. Eu passei.

E agora? O que fazer? O tempo foi passando, minha vez de ser chamada se aproximando e duas grandes contradições se estabeleceram na minha vida. O que fazer? De um lado a idéia de ter uma carreira "brilhante" na TW, viajar, conhecer um monte de gente inteligente. De outro lado, trabalhar perto de casa, ter mais tempo, trabalhar em um horário melhor, fazer o que realmente gosto (desenvolver - sim, TW eu estava trabalhando com testes. E sim, eu sou mulher e não gosto de trabalhar com testes.).

Imaginei como seria quando o Cabidinho ou a Jamilinha chegassem. E aí percebi que o que mais importava pra mim não era uma carreira internacional espetacular. Eu sempre planejei ser uma mulher de negócios de sucesso (porque teoricamente isso estava dentro do que eu podia controlar um se-então), mas nos meus sonhos juvenis nunca tinha imaginado que um dia encontraria o que 99,999% da população procura: felicidade no amor.

E percebi que o mais importante pra mim não seria viajar pros Estados Unidos todo o mês. Eu queria poder cuidar da minha casa, cuidar do meu marido, cuidar da minha família. E não adianta me dizer que sim, que é possível, porque não tem como a pessoa trabalhar das 10:00 às 19:48 (mais tempo de deslocamento entre casa e trabalho), dar conta das tarefas de casa e ainda ser a esposa cheirosa e maravilhosa e mãe zelosa que eu gostaria de ser. Às vezes mulheres que trabalhavam menos do que eu hoje não conseguem, imagina se eu trabalhar ainda mais?

Eu pensei em todas as coisas que vivi até o momento, e cheguei à conclusão que nenhuma carreira pode ter mais valor do que ter uma família. Nada. Não tem preço. Podem dizer que eu sou Amélia (o que seria uma inverdade, já que vaidade é dos meus maiores pecados), que retroagi no tempo. Eu não ligo. Não pode ter prazer melhor do que ver alguém feliz devido a algo que tu tenha proporcionado de coração aberto. E eu escolhi minha família.

Ok, é verdade, não vou virar dona de casa de casa em tempo integral! Também não tenho vocação pra tanto :-P Mas escolhi um emprego em que posso me dedicar um pouquinho mais à minha casa, à minha família (e à mim também) e fazer o que gosto de fazer. E ainda de quebra consegui uma academia bem pertinho do trabalho onde posso nadar, algo que sempre tive vontade de aprender.

Faz dois meses que eu estou trabalhando na Procergs e, apesar de toda a transição ser um pouco triste, de modo algum me arrependi da minha escolha. Eu estou realmente feliz :-)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Aventuras no mundo dos aviamentos

Fui comprar linha numa loja de lãs, linhas e aviamentos que tem aqui perto do meu trabalho. Estou aprendendo a fazer bainha nas roupas e precisava de uma linha cor da pele.
Na loja, um senhor e uma senhora velhinhos me atendendo. Primeiro ele começou a me ajudar, não achou e chamou ela pra me ajudar. Ela achou a minha linha e eu perguntei:
- Ótimo! Quanto custa?
- Um conto de réis.
Entendi que era um real. Que coisa mais querida! Vou ficar freguesa deles :-)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Patrocínio é uma droga

Jogo do Colorado hoje, e essa história me voltou à mente agora.

Estava eu em San Francisco há uns meses atrás, fazendo uma média no cliente onde estávamos trabalhando, e no dia em que o Inter jogou contra o Estudiantes eu fui orgulhosamente trabalhar vestindo a minha camiseta do Colorado.
Chegando lá, apontei pra camiseta e mostrei pra indiana com quem eu estava pareando: - Olha só, ESSE AQUI é time que eu torço no Brasil!
E ela pra mim: - Banrisul??

Patrocínio é uma droga :P

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Agile Brazil 2010

Semana passada aconteceu aqui na PUC o Agile Brazil 2010. Consegui uma pseudo-liberação da empresa e fui assistir a primeira tarde de palestras. Fiquei agradavelmente surpresa.

Assisti quatro palestras (Já que vai fingir, finja direito - Testando com Mocks, Reconheça! Você não sabe modelar! Iniciando Projetos Ágeis, Erros comuns em Test-Driven Development, Utilizando SCRUM em contratos de preço-fixo) e tirando a primeira (o pessoal da Caelum podia ter se puxado um pouquinho mais), todas foram muito legais. Mas o mais legal de tudo não foi ver pessoas entusiastas falando sobre o assunto, e sim pessoas que há alguns anos atrás achavam métodos ágeis a maior bobagem, se rendendo às boas práticas de comunicação, novas formas de trabalhar e principalmente aos resultados de tudo isso.

Meu primeiro estágio foi na Procempa (Cia. de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre) em 2006. Eu sou uma das maiores defensoras do trabalho lá porque eu era uma das pessoas que mais tinha coisas pra fazer. O coordenador do meu estágio era um grande entusiasta de métodos ágeis e foi lá que eu fiz pair programming pela primeira vez. Na época, eu me lembro que viam a gente como os esquisitos da empresa, os hippies paz & amor da companhia, com nossas reuniões de pé e os planejamentos com chocolate embaixo das árvores no pátio da empresa. E qual não foi a minha surpresa quando vi um grande grupo de pessoas da Procempa no Agile? Matei um pouco da saudade deles e (olha como são as coisas, de estagiária para conselheira) estava discutindo com meu ex-chefe maneiras inteligentes de se tentar inserir métodos ágeis dentro da Procempa.

Acho que a tarde de quinta foi a mais proveitosa da semana. Assisti todas as palestras com aquele tesão que só um nerd tem quando está apredendo uma coisa nova. Tomara que no ano que vem eu possa ir em todas :-)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um belo dia resolvi mudar...e fazer tudo o que eu queria fazer...

Um novo início: como uma ThoughtWorker. Wish me luck :D

terça-feira, 9 de março de 2010

Weeeee

Eu virei Wario \o/ Agora a opção de multiplayer foi liberada!!
E só pra constar já sou "Professional" no tênis do Wii.

:D

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Leonardo di Caprio

Eu tenho uma coisa esquisita, acho que um monte de gente tem isso, que é o pensando encadeado. O pensamento encadeado se manifesta só na minha cabeça (dã) e me leva a pensar em um monte de coisas, que interligadas acabam por fazer sentido. A grande moral é que o que desencadeia o pensamento encadeado é uma coisa geralmente completamente nada a ver, tosca mesmo. Acabou de acontecer.

Grande parte das pessoas que me conhecem sabem que eu não tenho a melhor relação do mundo com o meu irmão. É uma verdade, infelizmente. Em algum ponto da nossa transição infância-adolescência-vida adulta aquela coisa de "mano", "mana" se perdeu. Hoje a gente conversa o essencial. Infelizmente.

Agora há pouco eu estava lendo uma notícia no Omelete que diz que o Leonardo di Caprio vai representar Frank Sinatra no cinema. Se vai mesmo acontecer, não importa. O que importa é que o Leonardo di Caprio me faz ter uma lembrança boa e ao mesmo tempo triste da minha infância-adolescência.

Eu devia ter uns 12, 13 anos quando estourou o sucesso Titanic nas telas dos cinemas. E claro, 99% das adolescentes da época eram apaixonadas pelo Leonardo di Caprio. Tudo bem, eu não achava ele lá essas coisas, mas gostei do filme. O meu irmão,na época, devia ter 12 anos e nessa época ele viu todas as colegas dele ensandecidas por esse ator.

E chega o meu aniversário. Dia 6 de maio. No meio da comemoração de família, que sempre foi bastante simples, ele pediu pro meu pai levar ele de carro em algum lugar. Na volta, um pacote enrolado numa sacola plástica que ele, envergonhado, jogou no meu colo, dizendo um "Feliz Aniversário". Abro e o que vejo: uma camiseta de mangas compridas com a foto do Leonardo di Caprio estampada na frente.

Na hora eu não entendi muito bem, até falei, quando mexeram comigo, que eu nem gostava do tal do Leonardo di Caprio... Mas hoje eu entendo. Ele quis me agradar. Ele quis demonstrar que ele gosta(va) de mim. E sempre que eu me lembro da carinha rechonchuda dele jogando aquele pacote no meu colo, eu tenho vontade de chorar. Por nesses momentos eu percebo que um dia ele gostou de mim, que a gente foi irmão e irmã de verdade.

Hoje eu também penso no que é a nossa relação e também tenho vontade de chorar. Porque o pouco que a gente tinha se perdeu.

Enfim: pensamento encadeado + Leonardo di Caprio = boas e melancólicas lembranças de família :-)